Os Restauradores de 1640 revelaram grande sentido de oportunidade política, mas a conjectura internacional, então favorável ao movimento português, podia rapidamente alterar-se graças à evolução de uma guerra, depois chamada dos Trinta Anos, a primeira de dimensões verdadeiramente europeias.
Havia que intervir com agilidade e perspicácia de forma a justificar a legitimidade da independência. As primeiras embaixadas organizaram-se com invulgar rapidez, seguidas de um enorme esforço de consolidação de uma rede de informações e de um sistema de relações diplomáticas permanentes. Numa época em que a Paz de Vestefália tornava de novo possível o diálogo entre as potências, assistimos também em Portugal ao desenvolvimento da diplomacia e à formação de uma elite especialmente bem preparada para avaliar a situação internacional.

Ana Leal de Faria é professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, investigadora e membro da Direcção do Centro de História da mesma Universidade, académica correspondente da Academia Portuguesa de História. Licenciou-se com a dissertação A Polémica sobre a Inquisição (Finais do Século XVIII a 1821) e doutorou-se com a tese Duarte Ribeiro de Macedo, Um Diplomata Moderno, que recebeu o prémio Aristides de Sousa Mendes. Apresentou também uma tese complementar às suas provas de doutoramento - O Tempo dos Diplomatas (1640-1750) - que serviu de base ao livro que agora se apresenta. Tem realizado estudos, publicado trabalhos e leccionado cadeiras e seminários nas áreas de História Moderna de Portugal, História da Cultura Moderna, História Diplomática e Diplomacia.